Ataque dos EUA viola Carta da ONU, diz China; veja reações de líderes mundiais
Na noite de sábado, já madrugada de domingo no Oriente Médio, os Estados Unidos se juntaram a Israel e atacaram três instalações nucleares iranianas
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A China criticou, neste domingo (22), o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã. Para o Ministério das Relações Exteriores chinês, a ação do governo de Donald Trump violou a Carta da ONU, que estabelece princípios das relações internacionais a serem cumpridos pelos Estados-membros.
Na noite de sábado (21), já madrugada de domingo no Oriente Médio, os Estados Unidos se juntaram a Israel e atacaram três instalações nucleares iranianas. Em reação, mísseis lançados pelo Irã atingiram três áreas de Israel neste domingo, deixando ao menos 23 feridos, segundo serviços de resgate e a polícia israelense --a imprensa local fala em 86.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que condena veementemente o ataque dos EUA ao Irã. "A ação viola gravemente a Carta das Nações Unidas e agrava as tensões no Oriente Médio", disse o ministério por meio de um comunicado.
A China instou as partes do conflito, especialmente Israel, a cessarem os ataques o mais rápido possível e iniciarem diálogo e negociações.
Outros líderes mundiais falaram sobre o assunto. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, defendeu a estabilidade na região do conflito. "Com as tensões no Oriente Médio em um novo pico, a estabilidade deve ser a prioridade. E o respeito pelo direito internacional é fundamental."
"Agora é o momento para o Irã se engajar em uma solução diplomática crível. A mesa de negociações é o único lugar para acabar com esta crise", acrescentou.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, criticou o presidente dos EUA. "Trump, que entrou como um presidente pacificador, iniciou uma nova guerra para os EUA", disse o representante russo, cujo governo é aliado político de Teerã. "Com esse tipo de sucesso, Trump não ganhará o Prêmio Nobel da Paz", afirmou Medvedev, por meio do aplicativo Telegram.
Membro da gestão de Emmanuel Macron, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, disse que "uma resolução duradoura para esta questão requer uma solução negociada no âmbito do Tratado de Não Proliferação."
Para Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, "o programa nuclear do Irã é uma grave ameaça à segurança internacional".
"O Irã nunca pode ser autorizado a desenvolver uma arma nuclear e os EUA tomaram medidas para aliviar essa ameaça. A situação no Oriente Médio permanece volátil e a estabilidade na região é uma prioridade. Pedimos ao Irã que retorne à mesa de negociações e alcance uma solução diplomática para encerrar esta crise", disse o premiê britânico.
Países do Oriente Médio, Emirados Árabes Unidos e Qatar manifestaram preocupação com a tensão na região. A administração de Abu Dhabi afirmou: "O Ministério (das Relações Exteriores) insta as Nações Unidas e o Conselho de Segurança a assumirem suas responsabilidades, trabalhando diligentemente para resolver questões crônicas na região".
O Ministério das Relações Exteriores qatari classificou o Irã como "república irmã" e disse que "a perigosa tensão atualmente testemunhada na região levará a repercussões catastróficas nos níveis regional e internacional".
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez apelo pela redução da tensão no Oriente Médio.
"Esta é uma escalada perigosa em uma região já à beira do abismo --e uma ameaça direta à paz e segurança internacionais. Há um risco crescente de que este conflito possa rapidamente sair do controle -com consequências catastróficas para civis, a região e o mundo. Peço aos Estados-Membros que desescalem e cumpram suas obrigações sob a Carta da ONU e outras regras do direito internacional", afirmou o português.
Os regimes da Venezuela e de Cuba condenaram a ofensiva dos EUA. A ditadura liderada por Nicolás Maduro pediu que os americanos cessem as ações contra o irã, enquanto o líder cubano Miguel Días-Canel disse o ataque "viola gravemente a Carta da ONU e o direito internacional".
Na América do Sul, um dos que repercutiram a ação dos EUA foi o presidente chileno, Gabriel Boric.
"Atacar usinas nucleares é proibido pelo direito internacional. O Chile condena o ataque americano. Defenderemos o respeito ao direito internacional humanitário em todos os momentos. Ter poder não o autoriza a usá-lo em violação às regras que estabelecemos como humanidade. Mesmo que você seja os Estados Unidos", disse.
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