“Vou chegar no Espírito Santo com o cinturão”, diz Esquiva Falcão
Longe do ringue há mais de um ano, o boxeador está na Alemanha onde disputa neste sábado o cinturão mundial na categoria peso-médio
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Primeiro boxeador brasileiro a conquistar uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos (em Londres, 2012), o pugilista Esquiva Falcão já tem o seu nome marcado no mundo do boxe. No entanto, o lutador segue sonhando alto e, após 10 anos de espera, esse sonho já tem hora marcada para se tornar realidade.
O capixaba sobe ao ringue neste sábado (1º), a partir das 14 horas (horário de Brasília), para sua primeira disputa de cinturão mundial, na categoria peso-médio (até 72,6 kg), onde enfrentará o alemão Vincenzo Gualtieri, na cidade de Wuppertal, na Alemanha. Para Esquiva, esta será a luta mais importante de sua vida.
O capixaba sobe ao ringue neste sábado (1º), a partir das 14 horas (horário de Brasília), para sua primeira disputa de cinturão mundial, na categoria peso-médio (até 72,6 kg), onde enfrentará o alemão Vincenzo Gualtieri, na cidade de Wuppertal, na Alemanha. Para Esquiva, esta será a luta mais importante de sua vida.
“Apesar de ser mais uma luta, tem a cereja do bolo, que é o cinturão do mundo. Faz anos que estou esperando esse momento e ele chegou. Assim como a medalha olímpica, essa luta também tem um sabor especial”, revelou o capixaba em uma entrevista exclusiva ao jornal A Tribuna, antes da grande decisão.
Esquiva Falcão deixou o boxe olímpico e migrou para o boxe profissional em 2014 com o objetivo de chegar a disputa do tão sonhado cinturão. Entre os lutadores que já conquistaram a honraria, estão os brasileiros Éder Jofre e Acelino Popó Freitas e, se depender do capixaba, o nome Esquiva Falcão também entrará na lista.
Em outra entrevista do capixaba, desta vez ao Estúdio Tribuna Online, em março deste ano, antes de embarcar para os Estados Unidos, onde treinou por cerca de dois meses se preparando para a decisão, Esquiva afirmou que espera se tornar maior do que outros boxeadores do País.
“Acredito que vou ser maior do que Popó e Maguila foram, até porque nenhum dos dois conquistou medalha olímpica. Eles foram campeões. Se eu for campeão do mundo, vou ser campeão do mundo e medalhista olímpico”, explicou ele, que ressaltou o respeito que tem pela carreira dos dois boxeadores brasileiros.
- A Tribuna - Esquiva, você está invicto há 30 lutas. Qual o principal fator responsável por essa invencibilidade?
- Como está a cabeça e o coração para o confronto?
Depois de muito tempo esse momento especial chegou. Um momento único na vida de um atleta. Independente do resultado, é uma luta importante. Estou muito tranquilo, relaxado, com a cabeça no lugar e com o pensamento positivo. Treinamos todos os dias, focados no adversário. Tenho muito a agradecer minha equipe. Por causa deles, estou 100% preparado.
- Seu adversário será o alemão Vincenzo Gualtieri. O que conhece dele?
Já assisti uma luta dele. É um cara duro, que também está invicto e quer o cinturão. Vai ser uma boa luta, de igual para igual. Acredito que ele está treinando bem e, realmente, espero que esteja preparado. Porque eu quero lutar contra um cara que está bem preparado para fazer uma boa luta para o público que estiver assistindo.
- Acredita que será uma luta demorada ou confia em mais um nocaute?
Minha expectativa é uma vitória por nocaute. Treinei muito, treinei para não deixar essa luta ir para os pontos. Até porque estou na casa do adversário, então não quero deixar na mão dos árbitros. Quero fazer o meu trabalho e trazer o resultado para o meu lado. Acredito que tenho essa chance.
Nessa luta vamos trazer o cinturão e a via mais rápida é o nocaute. Minha previsão é de vencer antes do sexto assalto.
- Sua última luta aconteceu em maio de 2022. Isso te deixa nervoso?
Tem mais de um ano que não subo no ringue, mas os treinamentos não pararam. Treino forte, fazendo o meu melhor para estar no ritmo. Eu sabia que esse momento iria chegar. Isso não me deixa nervoso porque já tenho experiência no boxe olímpico e no boxe nacional. Tem ano que você luta diversas vezes, mas tem ano que você luta apenas uma. Acontece. Não fico nervoso porque em cima do ringue sou eu contra meu adversário. Vou fazer tudo o que treinei, sei que assim o resultado vai vir.
- Como foram os últimos dias de preparação?
Treinei dois meses nos Estados Unidos com os melhores. Faltando uma semana para a luta, vim para a Alemanha, onde a luta vai acontecer. Os últimos dias são os mais puxados porque você precisa tirar peso. A carga de treinamento diminui, mas a intensidade aumenta para que ocorra tudo bem na pesagem. Depois, é me alimentar para dar um show para quem for assistir a luta.
- O que essa disputa de cinturão significa para você?
Essa luta é a mais importante da minha vida. Porque, apesar de ser só mais uma luta, tem uma cereja, que é o cinturão do mundo. Tem anos que estou esperando esse momento e ele chegou. Independente do resultado, ela vai ser a mais importante. Ganhando no primeiro ou no último round. Vai ser a mais importante. Essa luta vai abrir portas para outros cinturões, outras conquistas. Assim como a medalha olímpica, essa luta também tem um sabor especial. Por isso estou 100% preparado para poder chegar lá e dar o meu melhor. Porque quero trazer esse cinturão para o Brasil, para o Espírito Santo. Quero ser o primeiro capixaba a ser campeão mundial de boxe.
- Você está longe da sua família. Como está sendo lidar com essa distância?
Ficar longe da família é difícil. Estou com uma bebê recém-nascida dentro de casa. A Lívia tem dois meses e vai para o terceiro. O Juan, com 10 anos, a Luiza, com 7, e a minha esposa Suelen. Sinto muita saudade deles, mas eu sei que estou aqui não só por mim, mas por eles. O objetivo aqui é ganhar para dar uma vida melhor para eles. Ficar longe é difícil, mas a distância é um combustível para treinar e dar o meu melhor. Para chegar em casa com uma vitória, porque sei que eles vão estar me esperando.
- Por fim: o que os fãs podem esperar de você nessa luta?
Podem esperar o cinturão mundial. Pode ter certeza que vou subir no ringue e só desço com o cinturão na cintura. É uma luta importante e, para quem me acompanha e é fã da nobre arte, pode esperar porque vou chegar no Espírito Santo com esse cinturão. Ele não vai ser só meu, mas de todos que apoiam e torcem por mim. Por fim, quero agradecer a todos que acreditam no Esquiva Falcão, quero agradecer aos meus patrocinadores e todo mundo. Vamos rumo ao cinturão do mundo. No dia 1º de julho, o sonho do mundo é nosso.
Os números
> Esquiva Falcão
O capixaba tem 30 lutas no boxe profissional e 30 vitórias. Para conseguir essa invencibilidade, Esquiva também chegou à marca de 20 vitórias por nocaute.
Ele não sobe em um ringue para uma luta oficial desde maio de 2022.
Números do adversário
> Vincenzo Gualtieri
O alemão, que lutará contra Esquiva na disputa pelo cinturão na categoria peso-médio (até 72,6kg), também está invicto.
Ele é o terceiro do ranking, com 21 lutas, sendo 20 vitórias e 1 empate.
Em relação aos nocautes, das 20 vitórias, apenas 7 foram com um golpe decisivo.
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