“Serei melhor do que Maguila e Popó”, diz Esquiva Falcão

Esquiva Falcão se prepara para encarar nos Estados Unidos o australiano Michael Zerafa |  Foto: Divulgação

Ser campeão mundial é o sonho que Esquiva Falcão sempre profetizou aos quatro ventos, desde quando migrou do boxe olímpico para o profissional em 2013. Agora, o capixaba está a uma vitória de conquistar o cinturão e concretizar seu objetivo. 

Com cartel invicto de 30 lutas – 20 delas por nocaute - e primeiro do ranking da Federação Internacional de Boxe (IBF), Esquiva vai disputar o cinturão, na categoria peso médio (até 72,5 kg), contra o australiano Michael Zerafa, que ocupa a segunda posição. 

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O título pertencia ao atleta cazaque Gennady Golovkin, o GGG, mas ficou vago depois que o pugilista abriu mão da luta contra o capixaba. 

Segundo Esquiva, a luta já tem data e local confirmados, porém ele ainda precisa guardar essas informações a sete chaves por questões de contrato. O que já se sabe é que o combate será realizado em Las Vegas (EUA), Austrália ou no Brasil.

Na última quinta-feira (02),  o capixaba viajou para Los Angeles (EUA), onde vai finalizar a preparação para o combate na academia do treinador Robert Garcia. Antes de embarcar, o pugilista foi entrevistado no Estúdio Tribuna Online, produzido no laboratório multimídia do Tribuna Online, o TribunaLab. 

Medalhista de prata nas Olimpíadas de Londres, em 2012, em luta equilibrada contra o japonês Ryota Murata, o boxeador acredita que o título mundial pode o transformar em um dos grandes nomes da modalidade no Brasil. 

“Eu acredito que vou ser  maior do que Popó e Maguila foram, até porque nenhum dos dois conquistou medalha olímpica. Eles foram campeões do mundo. Se eu for campeão do mundo, vou ser campeão do mundo e medalhista olímpico”, explicou o capixaba, que ressaltou o respeito a carreira dos dois pugilistas. 

Próxima luta

A próxima luta é pelo cinturão mundial. Depois de 9, 10 anos esperando e construindo um cartel positivo. Agora, chegou o momento que eu, minha família e meus fãs esperam que é conquistar o cinturão.

Preparação 

Estou indo para Los Angeles, onde vou treinar a academia do Robert Garcia. Ele é meu treinador desde as primeiras lutas. Lá, vou treinar o físico e o técnico, vou ter sparring (lutador com quem ele treina golpes). Lá nos Estados Unidos, a academia é bem estruturada e tem atletas que podem me ajudar nessa parte técnica e física. 

Reconhecimento dos fãs

Quando vou à praia ou ao shopping, sempre tem  algumas pessoas que falam 'olha, é o Esquiva Falcão' e querem bater uma foto. No meu caso, eu gosto, porque é um reconhecimento. Vejo que a pessoa acompanha o meu trabalho, gosta do meu trabalho. 

Maior do Brasil

Acredito que vou ser bem maior do que Popó e Maguila foram, até porque nenhum dos dois conquistou medalha olímpica. Eles foram campeões do mundo. Se eu for campeão do mundo, vou ser campeão do mundo e medalhista olímpico. Acho que meu nome pode ser maior do que o deles. Respeito a história dos dois. 

Ser medalhista olímpico não é para qualquer um. É mais difícil do que ser campeão do mundo, porque você não luta uma vez só. Você luta hoje e, daqui dois dias, luta de novo. Acredito, tenho muita fé em Deus e acredito que ele está escrevendo certinha a minha história. Quando for o momento exato, vai ser e não tem ninguém que vai apagar.

Esquiva possui um cartel invicto de 30 lutas, sendo 20 delas por nocaute |  Foto: Divulgação

Capixaba cita evolução do boxe

Empolgado com tudo que ainda pode conquistar no boxe e realizado com o que já garantiu na carreira, o capixaba Esquiva Falcão destaca a evolução da modalidade no Brasil.

“Quando fui medalhista olímpico, ganhei uma proporção muito grande, porque é uma medalha olímpica. É muito difícil chegar lá. São mais de 200 atletas correndo atrás de uma medalha e eu consegui a de prata. Naquela época, o boxe levantou muito, foi muito bem falado. Depois deu uma apagada por conta do UFC”, disse ele, que ainda completou: 

“Mas o boxe subiu muito. Tivemos novos atletas. Em 2016, tivemos mais medalha e, em 2020, nas Olimpíadas também teve medalha. O boxe vem conquistando espaço dele novamente e vem com uma garotada nova nos Jogos Olímpicos conquistando medalha. Isso é bom para mim e para quem gosta do esporte. Espero que depois que eu for campeão do mundo, que outros venham também”.

Aos 33 anos, antes de pensar em aposentadoria, ele tem o sonho de ter seu próprio projeto social: “Saí da Serra, batia em pé de bananeira, porque não tinha estrutura de treinamento e me tornei o que me tornei. Penso em abrir o projeto para trazer a criançada para tirar delas a opção de ir para o tráfico e dar a opção do esporte”.

“Pretendo ser campeão do mundo, lutar para defender o cinturão mais três ou quatro vezes e depois encerrar a minha carreira invicto. Quero unificar, ganhar outros cinturões. Depois que ganhar os outros cinturões, aí vou relaxar”.

Ouça a entrevista na íntegra 

Quem é ele?

Esquiva Falcão

Modalidade: Boxe

Idade: 33 anos

Nasceu em Linhares

Principais conquistas:

- Medalhista de prata nas Olimpíadas de Londres, em 2012

- Profissional no boxe desde 2013

- Está invicto no  profissional e tem no cartel 30 lutas

- São 20 vitórias por nocaute

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