Vitória tem os imóveis mais valorizados do País
Cidade não só tem alta de preços maior como também é a capital com o metro quadrado mais caro, desbancando São Paulo e Rio de Janeiro
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Vitória é a capital com o metro quadrado mais caro do País. O valor, atualmente de R$ 10.481, superou os preços de São Paulo e Rio de Janeiro, com uma valorização de 23,23% sobre os imóveis.
No mês passado, a cidade ocupava a segunda posição na lista das capitais mais valorizadas do Brasil.
Em nova pesquisa divulgada pelo Fipezap, em menos de dois meses o município saltou de posição e ocupou o primeiro lugar do ranking. Para especialistas do setor, a valorização é resultado da soma de diversos fatores, como a limitação de expansão territorial e a boa organização da cidade.
Ana Claudia Peyneau, titular da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, comenta que os desafios não são de hoje. “Vitória lida com uma questão territorial desde sua criação”, frisa. Para a secretária, proporcional ao desafio, é o interesse do município em expandir equilibrando os fatores demanda e capacidade de absorção.
“Dá para contar nos dedos as áreas livres em Vitória, mas não podemos extrapolar certos limites, como os da natureza, por exemplo”, diz ao citar que as áreas do aeroporto, onde o Estado tem maior chance de expansão, tem muitos pontos de preservação, o que limita mais ainda sua utilização.
Sem espaços vazios para instalação de novos negócios, sobretudo os de grande porte, a saída tem sido investir em regiões vizinhas, fluxo que já é observado no Estado, como indicam especialistas.
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Dificuldade de moradia e alta de preço dos apartamentos
Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Estado (Sinduscon), Douglas Vaz indica que a valorização é reflexo de uma área limitada, mas com ótimas qualidades para os investidores.
“Quando não se tem para onde crescer, o que já existe fica super valorizado. É um movimento que acontece na capital do Estado”, explica.
Com a valorização, quem se beneficia dos altos preços imobiliários praticados na capital são aqueles que utilizam a compra e venda de imóveis como forma de investimento.
George Magno Maltri, gerente de aplicações financeiras, indica que o mercado está aquecido e que mesmo no futuro a tendência deve ser mantida. “Vitória não vai sair do 'Top 3', será sempre um bom local para praticar a venda de imóveis”, afirma.
Preço alto afasta grandes investimentos comerciais
Sem espaço para expansão de sua área geográfica e com uma grande demanda por áreas, investidores que se interessam pela capital do Estado para instalar suas indústrias e serviços esbarram em um antigo desafio, saber onde construir seus projetos, mas com a alta valorização da cidade, o cenário ganha novos contornos.
A gigante atacadista, Rede Assaí, tinha planos para operar em Vitória, em 2022, mas precisou ajustar o projeto ao adotar um novo endereço. Agora, a primeira unidade no Estado será inaugurada na Serra, com a expectativa de que sejam criados 800 empregos diretos e indiretos.
O grupo, que vai construir a loja na BR 101, na altura de Valparaíso, em um terreno de 15 mil metros quadrados, disse que a mudança é fruto de um estudo contínuo que indica os melhores pontos de comércio, e que Vitória não está excluída dos planos futuros.
“Vitória tem um perfil de cidade que é ótima para os investidores, mas falta espaço, e talvez organização”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon) Douglas Vaz.
Ele ressalta, porém, que o grande triunfo do município é a organização.
Aluguel sobe mesmo com desaceleração da inflação
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), um dos índices utilizados para reajustar os aluguéis, desacelerou a 0,32% nas primeiras semanas de janeiro. Mas apesar do recuo, o preço do aluguel segue no patamar que estava, sem diminuição, contrariando previsão do Banco Central (BC).
A estimativa para este ano permaneceu em 4,7% e essa deflação - redução contínua dos preços de produtos e serviços na economia - deveria fazer com que os aluguéis ficassem mais baratos.
O advogado especialista em direito imobiliário Diovano Rosetti explica que um dos componentes do cálculo do IGP-M é o dólar, uma vez que ele se manteve estável, é de se esperar que o preço dos aluguéis sigam o mesmo padrão.
Mais detalhes
Bairros valorizados
Top 4
> Mata da Praia, com preço médio de R$ 12.094/m;
> Enseada do Suá, com R$ 11.104 /m;
> Praia do Canto, co preço médio de R$ 10.828/m;
> E Barro Vermelho, com preço médio de R$ 10.681 /m.
Fonte: FipeZap.
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