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Economia

Tarifaço de Trump pode atrair novas indústrias e mais cargas para o Espírito Santo

Aço, celulose, granito, produtos do agro, do ramo têxtil e calçados estão entre os produtos do Estado que tendem a ser favorecidos


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O tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem trazido instabilidade e receio de uma crise global na economia, mas, no longo prazo, ele pode ajudar o Espírito Santo a atrair novas indústrias e mais cargas para os portos.

Aço, celulose, granito e produtos do agronegócio, além do ramo têxtil e dos calçados, são os que mais podem vir a ser beneficiados pela guerra comercial, segundo especialistas.

Tarifas de importação estabelecidas pelo governo americano criaram instabilidades nos mercados que favorecem, em partes, nações que estão fora do foco da política protecionista de Trump.

É o exemplo do aço, produzido no Espírito Santo pela Vale e ArcelorMittal. A China, maior produtora da matéria-prima do mundo, foi taxada em 145% pelos EUA. A perspectiva é que, com isso, as exportações capixabas cresçam, inclusive de produtos com valor agregado, segundo o consultor empresarial Durval Vieira de Freitas.

“O Brasil pode fazer um trabalho de importar matéria-prima a um preço normal de importação nossa, fazer pequenas transformações e vender para os próprios EUA.”

Já o comércio da soja, exportada dos EUA à China — commodity da qual o Brasil é um grande produtor —, será prejudicado pela retaliação imposta pelo governo de Xi Jinping ao país: uma tarifa de 125%.

No mercado agrícola, o Estado deve exportar mais café e soja à China, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faes), Júlio Rocha. “Estão aumentando exponencialmente as cafeterias na China. Expectativa é boa”.

Para os EUA, café, mamão e pimenta-do-reino capixabas também podem ser beneficiados, segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Estado (SCCES), Marcus Magalhães.

No ramo têxtil, a perspectiva é que haja aumento de exportação para os EUA. Mas é preciso observar o efeito do mercado chinês no Brasil, segundo o diretor da Federação do Comércio (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin.

“A China poderá exportar mais têxteis para o Brasil e, nesse caso, prejudicará a indústria nacional para o mercado interno”, comenta.

Incerteza em meio a empresários

Embora o cenário seja de otimismo com as mudanças imediatas, a classe empresarial avalia com precaução os efeitos das tarifas a longo prazo — inclusive se permanecerão sendo aplicadas.

A falta de previsibilidade e os recuos constantes nas decisões impedem investimentos e a adaptação necessária para aproveitar eventuais brechas comerciais, segundo o consultor empresarial Durval Vieira de Freitas. “Quem for correndo, pode se queimar. É um momento de muita cautela”.

Imagem ilustrativa da imagem Tarifaço de Trump pode atrair novas indústrias e mais cargas para o Espírito Santo
Buffon Júnior: oportunidade. |  Foto: Divulgação

A crença é de que o cenário sofra alterações no curto prazo, com negociações multilaterais, aliviando tarifas a determinados setores. Para que os efeitos ocorram, além de uma estabilização da guerra comercial, é preciso haver investimento local e nacional para aproveitar a oportunidade, avalia o empresário José Carlos Buffon Júnior.

“Espírito Santo e Brasil devem fazer a sua parte, melhorando o ambiente de negócios e criando terreno fértil para receber esses potenciais investimentos”.

O setor dos calçados capixaba possui oportunidade de reinvestimento com a saída da China como principal exportadora para os EUA. “Perdemos mercado para outros estados que investiram nesse setor. Hoje temos pouco mais de 20 fábricas. Mas temos a demanda e aqui existem qualidades”, afirma o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado (Sindicalçados-ES), Altamir Martins.

Cobrança sobre chips e remédios

Washington

Os EUA abriram a porta para impor tarifas sobre os semicondutores e os produtos farmacêuticos, alimentando a incerteza em uma guerra comercial que o presidente chinês, Xi Jinping, advertiu que pode ter “nenhum vencedor”.

O presidente americano, Donald Trump, transformou as tarifas na pedra angular de sua política econômica e em uma importante ferramenta diplomática para arrancar concessões de outros países.

Trump impôs tarifa universal de 10%, mas suspendeu tarifas mais altas para dezenas de parceiros comerciais por 90 dias, enquanto mantém a pressão sobre a China. Seu Departamento de Comércio iniciou investigações sobre os “efeitos na segurança nacional” de produtos e ingredientes farmacêuticos, assim como de semicondutores e equipamentos de fabricação de chips, segundo documentos publicados no Registro Federal.

Em meio a ameaças de novas tarifas, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou que as negociações com vários países para alcançar acordos comerciais estão avançando, sem dar detalhes. Sobre a China, disse que “há um grande acordo a ser feito”, mas foi vago sobre cronograma ou chances de sucesso.

As novas tarifas sobre a China dispararam para 145%, e Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre as importações americanas.

Washington pareceu reduzir levemente a pressão na sexta-feira, com isenções tarifárias para smartphones, computadores portáteis, semicondutores e outros produtos eletrônicos que a China exporta em grande volume.

Ações para bloquear aplicação das taxas dos EUA

Nova Iorque

O grupo Liberty Justice Center entrou com ação judicial ontem para bloquear as tarifas recíprocas estabelecidas pelo presidente Donald Trump. A ação foi movida no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, para bloquear a aplicação de tarifas abrangentes sobre parceiros comerciais estrangeiros, e argumenta que o presidente ultrapassou sua autoridade.

Imagem ilustrativa da imagem Tarifaço de Trump pode atrair novas indústrias e mais cargas para o Espírito Santo
Trump no anúncio do tarifaço. |  Foto: MARK SCHIEFELBEIN/AP/ESTADÃO CONTEÚDO — 02/04/2025

O grupo agiu em nome de cinco empresas americanas que importam produtos de países alvo das tarifas. “Nenhuma pessoa deveria ter o poder de impor impostos que têm consequências econômicas globais tão vastas”, disse Jeffrey Schwab, conselheiro sênior do Liberty Justice Center. “A Constituição dá o poder de definir taxas ao Congresso, não ao Presidente.”

Além dessa ação, o governo Trump enfrenta uma ação semelhante no tribunal federal da Flórida, onde um pequeno empresário pediu a um juiz para bloquear as tarifas impostas à China.

ONU

Também ontem, a agência de Comércio e Desenvolvimento da ONU (UNCTAD) requisitou ao governo Trump que considere excluir as economias mais pobres das tarifas recíprocas.

A UNCTAD diz que a pausa anunciada por Trump ofereceu um “momento para considerar a isenção” de economias pequenas e vulneráveis e países menos desenvolvidos “de tarifas que oferecem pouca ou nenhuma vantagem para os EUA, enquanto potencialmente causam sérios danos no exterior”.

Em um relatório apontou que alguns dos países listados entre os 57 parceiros ameaçados com tarifas recíprocas acima de 10% “são muito pequenos e/ou economicamente pobres. Concessões comerciais desses parceiros significariam pouco para os EUA”, disse a UNCTAD.

Para a ONU, para 36 dos 57 parceiros comerciais listados, as tarifas gerariam menos de 1% das receitas dos EUA, e vários deles exportam commodities agrícolas que não são produzidas nos EUA.

“Exemplos incluem baunilha de Madagascar e cacau da Costa do Marfim e Gana. Aumentar as tarifas sobre esses produtos provavelmente resultará em preços mais altos para os consumidores”.

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