Como a Igreja Cristã Maranata vive sem pedir dinheiro nos cultos
Na paisagem religiosa contemporânea, onde muitas denominações dependem fortemente das doações dos fiéis para sustentar suas atividades
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Na paisagem religiosa contemporânea, onde muitas denominações dependem fortemente das doações dos fiéis para sustentar suas atividades, a Igreja Cristã Maranata (ICM) destaca-se como um exemplo único de como uma comunidade religiosa pode sobreviver sem pedir dinheiro durante os cultos.
A ICM é conhecida por sua abordagem diferenciada em relação à questão financeira durante seus cultos. Em contraste com algumas outras igrejas, a Maranata não adota práticas de pedidos explícitos por dinheiro durante suas reuniões.
De acordo com o presidente da igreja, Gedelti Gueiros, essa abordagem reflete os princípios da igreja, que se baseiam na crença de que a contribuição financeira deve ser uma expressão voluntária e generosa, mas não deve ser um foco central do culto. Em vez de enfatizar arrecadações durante os serviços religiosos, a Igreja Cristã Maranata concentra-se na adoração, na edificação espiritual dos fiéis e no ensino das Escrituras.
Segundo Gedelti, os líderes da Maranata muitas vezes ensinam sobre a importância da mordomia cristã responsável, encorajando os membros a contribuir de acordo com suas possibilidades e de forma alegre, sem coação ou pressão indevida. Eles acreditam que a contribuição financeira deve ser uma expressão de gratidão a Deus e um meio de sustentar as atividades da igreja, como missões, obras sociais e manutenção dos templos, mas não deve ser um motivo de preocupação excessiva para os fiéis.
Dentro desta perspectiva, a prática do dízimo é vista como uma oferta voluntária, baseada na fé e no entendimento pessoal dos benefícios de ser fiel a Deus. "O dízimo é uma oferta que se dá a Deus, por fé. E quem os que entendem isso, são os que voluntariamente entregam o seu dízimo", afirma Gueiros.
É importante ressaltar que não há solicitação direta por dinheiro durante os cultos. "Durante os cultos não tem pedido de dinheiro, não tem coleta. Se alguém procurar o gazofilácio ou o cofre das ofertas dentro das igrejas não vão encontrar. Muito menos, alguém que passe sacolinha para recolher dinheiro nos cultos. Na igreja não se pede dinheiro de forma alguma", esclarece o presidente da igreja.
EM RELAÇÃO A OUTRAS IGREJAS
Apesar de não pedir dinheiro em seus cultos, a ICM não critica as demais igrejas que praticam esse tipo de abordagem, pois entendem que essa é uma questão que tem fundamentos bíblicos.
“A igreja não faz coleta de ofertas nos cultos, mas não critica nenhuma igreja que o faz, pois o dízimo e ofertas é bíblico, mas a forma que agimos, sem pedir dinheiros nos cultos, é nossa experiência de Fé e nada tem nos faltado,” ressaltou O pastor e secretário-geral e membro do Conselho Presbiteral da ICM, Luiz Eugênio
Ao invés disso, a abordagem da Igreja Maranata em relação ao dinheiro e ofertas, destaca primeiramente a importância da fé. E a compreensão da contribuição em dinheiro se torna pessoal, na prática do dízimo. Ao invés de enfatizar a arrecadação monetária durante os cultos religiosos, explicou o presidente.
“Essa abordagem tem sido valorizada pelos membros da Igreja Cristã Maranata, que se sentem livres para adorar e participar dos cultos sem a pressão financeira muitas vezes associada a outras instituições religiosas. Essa ênfase na liberdade e na generosidade voluntária contribui para uma comunidade de fé sólida e comprometida com os princípios do Evangelho. Entendemos que o ministério é uma questão de fé,” ressaltou Gedelti.
Sustentabilidade Financeira sem Pedidos de Dinheiro nos Cultos
Fundada em 1968, a ICM possui uma abordagem distinta em relação à questão financeira, que reflete seus valores fundamentais de generosidade, gratidão e compromisso com a fé. Em vez de enfatizar contribuições monetárias durante os serviços religiosos, a ICM concentra-se na adoração, no ensino das Escrituras e no desenvolvimento espiritual de seus membros.
Segundo o Pastor Amadeu Loureiro Lopes, que é médico e exerce o cargo há mais 45 anos, na comunidade da Igreja Maranata, a prática de não solicitar contribuições monetárias durante os cultos tem raízes profundas em sua história e crenças fundamentais. Uma das razões para essa abordagem singular está enraizada na formação dos pastores e líderes dentro da própria igreja.
"A trajetória dos ministros na Igreja Maranata é vista como uma orientação do Espírito Santo, e não como uma carreira profissional. Para nós o pastor é formado dentro da própria igreja, no convívio com os irmãos. E tudo é levando em consideração,não apenas o espiritual”, explica Amadeu.
Ele ressalta que os ministros não são recrutados com base em habilidades financeiras ou conexões externas, mas sim por uma orientação espiritual interna. "Qualquer pessoa que exerce qualquer função, seja pastor, professor, músico ou qualquer outra coisa dentro da igreja, essa pessoa foi indicada por uma orientação do Espírito Santo. Sendo assim, ela exercendo o serviço ministerial ou qualquer outra função dentro da igreja Ministério não é o meio de sustento dessa pessoa e sim um serviço voluntário. Por isso é que nós conseguimos nos manter como igreja e não temos essa despesa com funcionários, pois todo serviço acontece de forma voluntária", enfatiza.
Uma Comunidade que Sobrevive sem Pedir Dinheiro nos Cultos
A chave para a sobrevivência financeira da Igreja Cristã Maranata reside no trabalho voluntário de seus pastores e membros. Com uma comunidade de mais de 5 mil pastores atuando de forma voluntária, a ICM desafia a noção convencional de que o ministério pastoral deve ser remunerado. Esses pastores, embora não recebam salários da igreja, mantêm-se através de suas profissões regulares e dedicam seu tempo livre para servir à comunidade de fé.
"Na ICM, entendemos que servir ao Senhor não deve ser motivado por ganho financeiro, mas sim pelo amor e gratidão a Deus", destaca o pastor voluntário Adaiso Fernandes Almeida, que serve há mais de 25 anos na igreja. "Nossos pastores não são remunerados, mas isso não diminui a dedicação e o compromisso com a obra de Deus."
De acordo com o pastor e Integrante do Conselho Presbiteral da Igreja Cristã Maranata, Gilson Sousa, ao longo dos seus 55 anos de existência, a Igreja Cristã Maranata (ICM) tem mantido sua sustentabilidade financeira sem recorrer à prática comum de solicitar dinheiro durante os cultos. Esse modelo de operação baseia-se em princípios bíblicos e na contribuição voluntária dos seus membros. Nos templos, os gastos de manutenção são custeados até certo limite pela arrecadação local, abrangendo despesas essenciais como água, luz e materiais descartáveis. Já os custos dos Maanains, locais destinados a seminários doutrinários, são suportados pelas inscrições pagas pelos participantes.
“Todos os recursos da ICM provêm dos dízimos dos seus membros. A contribuição é voluntária, sem qualquer exigência de valor, e realizada por meio de depósito bancário. A igreja não expõe publicamente listas de contribuintes para evitar constrangimentos,” explica Gilson.
O pastor destaca ainda que , a ICM não pede dinheiro nos cultos, diferenciando-se de outras igrejas nesse aspecto. Essa decisão é baseada no entendimento de que solicitar contribuições financeiras pode constranger as pessoas, especialmente aquelas que não são membros da igreja. Além disso, a igreja não busca verbas governamentais.
“Os membros e pastores da ICM contribuem voluntariamente por entenderem que é uma prática respaldada pela Bíblia. Essa contribuição é vista como uma forma de gratidão a Deus pelos benefícios recebidos e como um investimento no Reino de Deus” declarou.
Para o pastor Antônio Carlos de Oliveira, a ICM não pede dinheiro durante os cultos como outras igrejas, pois acredita que tudo pertence a Deus e Ele provê para Sua obra sem a necessidade de apelos financeiros. Essa postura visa preservar a integridade espiritual e a busca pelo bem-estar espiritual acima dos interesses materiais.
“A arrecadação de recursos da Igreja Maranata é feita exclusivamente entre os membros definidos da igreja. Aqueles que desejam ofertar entregam suas contribuições ao tesoureiro da igreja ou realizam depósitos diretamente na conta da instituição. Ofertas vindas do público em geral são recusadas, pois a igreja prioriza o aspecto espiritual sobre o material,” ressalta o pastor.
Antônio Carlos esclarece que desde o surgimento da igreja, nunca foi pedido dinheiro nos cultos, seguindo uma orientação recebida como parte do propósito divino para a igreja. Os pastores e diáconos não recebem remunerações da igreja, mas contribuem financeiramente, mantendo assim a integridade espiritual e evitando qualquer desvio de propósito.
“A administração dos bens da igreja é realizada com consciência e temor, reconhecendo que esses recursos são ofertados a Deus e pertencem a Ele. Independentemente da profissão ou renda, todos os membros são incentivados a contribuir, e os recursos são administrados com cuidado e responsabilidade. Essa postura da Igreja Maranata reflete seu compromisso com a integridade espiritual, a responsabilidade financeira e a confiança na provisão divina para Sua obra,.” explica.
Pastores e membros da Maranata Servem Voluntariamente
Para pastores que vivem em outros países,como é o caso do pastor Rodrigo Nunes, que atualmente reside na Flórida, nos EUA, a Igreja Cristã Maranata mantém sua sustentabilidade financeira através da contribuição voluntária dos seus membros, baseada na fé e na compreensão dos princípios bíblicos relacionados ao dízimo e à oferta. Essa prática tem possibilitado à igreja realizar seus trabalhos em todo mundo sem a necessidade de pedidos de dinheiro durante os cultos.
“A Igreja Cristã Maranata demonstra que é possível construir e manter uma comunidade religiosa vibrante e sustentável sem depender exclusivamente de doações financeiras durante os cultos. Sua abordagem única desafia os paradigmas estabelecidos e oferece um modelo inspirador de como a fé e a generosidade podem transformar vidas e comunidades," destacou o pastor.
Em todos os lugares do mundo onde a Igreja Maranata está presente, uma característica distintiva ressoa: a ausência de solicitações diretas por dinheiro durante os cultos. Em vez disso, a ênfase recai sobre a prática do dízimo como uma expressão de fé e gratidão.
"Em contribuições durante nossos cultos, não, nunca se fala isso. Agora, o dízimo é uma questão de fé. Não é à medida que você conhece o Senhor que você conhece o evangelho, você, em gratidão, você oferece aquilo que Deus está nos dando", explica Rodrigo.
Na Igreja Maranata, os membros são incentivados a contribuir voluntariamente não apenas financeiramente, mas também por meio de trabalho e serviço na comunidade, ressalta o pastor.
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