Por que falar sobre congelamento de óvulos é tão importante?
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (26)
O mês de junho é dedicado à conscientização da infertilidade, um problema de saúde que pode atingir homens e mulheres em idade reprodutiva. Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5% da população adulta – um em cada seis indivíduos em todo o mundo sofre de infertilidade.
As causas podem ser de origem masculina, feminina ou uma combinação dos dois. Entre os fatores femininos, problemas ovulatórios, obstrução das trompas, endometriose e idade avançada são os mais comuns. Nos homens, a quantidade ou qualidade dos espermatozoides são frequentemente os responsáveis.
Com as mulheres focando em suas carreiras ou projetos pessoais, o adiamento da maternidade se tornou uma tendência crescente. Porém, a escolha por uma gravidez em idade mais avançada não representa mais impedimento: graças aos recursos da Medicina, as mulheres podem congelar seus óvulos ainda jovens com o objetivo de serem mães quando se sentirem realmente prontas.
Dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), apontam que o número de ciclos anuais realizados para congelamento de óvulos entre mulheres abaixo dos 35 anos cresceu 49% entre 2020 e 2023 no Brasil.
Em 2020, foram realizados 2.193 ciclos em mulheres abaixo dos 35 anos. Em 2023, 4.347.
O congelamento de óvulos envolve a estimulação ovariana para produzir múltiplos óvulos, que são coletados e congelados para uso futuro. O procedimento é importante para a preservação da fertilidade, pois há uma queda da reserva ovariana já a partir dos 30 anos, sendo acentuada aos 38, com redução da qualidade dos óvulos. Ao optar pelo congelamento em uma idade mais jovem, quando a qualidade dos óvulos geralmente é melhor, as mulheres podem aumentar as chances de sucesso na concepção com óvulos próprios quando decidirem tentar engravidar no futuro.
Porém, o principal impasse relacionado à técnica atualmente é o custo, inacessível à maior parte da população. No Sistema Único de Saúde (SUS), existem poucas clínicas que realizam o procedimento, havendo prioridade para pacientes oncológicas. Entretanto, para pacientes jovens e com boa reserva ovariana existem protocolos e programas específicos nas clínicas privadas de reprodução que reduzem o custo do tratamento.
Uma dica importante para mulheres que têm dúvidas sobre a maternidade ou que querem adiá-la é buscar por ajuda médica especializada para investigar sua fertilidade. Entre os exames a serem solicitados estão o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio Anti Mulleriano (AMH), aferidos no sangue, e a ultrassonografia para Contagem de Folículos Antrais (CFA).
Ciente de sua reserva ovariana e de questões clínicas, a mulher terá mais clareza para tomar sua decisão sobre tentar engravidar naturalmente ou realizar tratamentos de Reprodução Humana, como a Fertilização In Vitro (FIV) e congelamento de óvulos para planejamento futuro da gravidez. Ter informação é ter poder de escolha!
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