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Leitores do Jornal A Tribuna

Ablação de tireoide é alternativa para tratamentos da glândula

Confira a coluna desta quarta-feira

Marcos Homero de Sá | 06/11/2024, 15:14 h | Atualizado em 06/11/2024, 15:14

Imagem ilustrativa da imagem Ablação de tireoide é alternativa para tratamentos da glândula
Marco Homero de Sá |  Foto: Divulgação

Pode não parecer, mas os nódulos de tireoide são alguns dos achados mais comuns em toda a medicina. As estimativas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) indicam que cerca de 60% das pessoas, no Brasil, vão apresentar nódulos de tireoide em algum momento da vida.

Ainda segundo a SBEM, do total de pessoas com nódulos, apenas 10% dos casos são malignos, ou seja, a maioria absoluta dos casos de nódulos de tireoide são benignos, aqueles cujas células não têm a capacidade de migrar ou de invadir outros locais do corpo.

No entanto, em alguns casos, esse nódulos podem aumentar de tamanho, trazendo dificuldades respiratórias ou de deglutição, por conta da compressão que causam sobre o esôfago.

Até pouco tempo atrás, para casos assim, a solução seria uma cirurgia para a remoção do nódulo e de parte ou da totalidade da tireoide. Nesses casos, o paciente precisava lidar com diversas condicionantes, como a cirurgia em si e o tempo de recuperação.

Duas consequências da cirurgia, no entanto, eram particularmente delicadas: o risco de que o procedimento deixasse uma cicatriz no pescoço e a necessidade de reposição hormonal.

Nos últimos anos, no entanto, o tratamento de nódulos benignos de tireoide foi revolucionado por um procedimento chamado ablação por radiofrequência (RFA). Essa é uma técnica minimamente invasiva e cientificamente comprovada, que consiste na inserção de uma agulha, cuja temperatura é elevada até “queimar” e destruir os nódulos de tireoide, sem prejudicar o funcionamento da glândula.

O procedimento significa uma nova era para esse tipo de tratamento. Ele não exige preparo pré-operatório, é feito em cerca de uma hora e o paciente, após um período de observação, já recebe liberação para ir para casa.

Em alguns dias, já é possível retomar a rotina de trabalho e de exercícios físicos. A ablação não deixa cicatrizes e, como não atrapalha o funcionamento da tireoide, dispensa a necessidade de reposição hormonal.

Essa técnica é, sem dúvida, o futuro dos tratamentos para nódulos benignos de tireoide. Além de todas as vantagens, ela ainda se destaca pela segurança, uma vez que o médico, durante o procedimento, está o tempo todo guiado por um ultrassom, que permite que ele observe com clareza as estruturas e aplique a agulha apenas sobre o nódulo.

Além disso, procedimentos de segurança isolam a região do tratamento das demais, evitando que a temperatura da agulha afete outras estruturas.

O desenvolvimento da ablação como técnica para o tratamento de nódulos de tireoide reforça a contínua evolução de técnicas medicinais que potencializam a eficácia na mesma medida em que reduzem as implicações para quem se trata. Um sinal de que a medicina continua e continuará se aperfeiçoando e encontrando soluções com o máximo de resultado e o mínimo de interferência na rotina das vidas dos pacientes.

MARCO HOMERO DE SÁ é cirurgião de cabeça e pescoço, membro do Instituto Tireoide, e médico especializado em ablação de tireoide

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