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Tribuna Livre

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Leitores do Jornal A Tribuna

A experiência é como uma lanterna na popa. Será?

Confira a coluna Tribuna Livre

Thom Bernardes Guyansque | 15/11/2024, 12:27 h | Atualizado em 17/11/2024, 11:05

Em que pese buscar especializações e/ou capacitações de maneira constante para oferecer o melhor trabalho aos meus clientes, não é muito comum que eventuais conversas cotidianas me inspirem epifanias.

Mas, há pouco tempo, sendo atendido pelo meu cirurgião-dentista João Fernando Curra, ele disse algo que me trouxe um despertar, ainda que a matéria da conversa nunca tivesse sido alvo de reflexão para mim.

Para quem conhece o Dr. João Curra, sabe que o ambiente em seu consultório foge muito do estigma da “cadeira do dentista” que assombra principalmente aqueles com mais de 40 anos, pois, por mais que sejamos torturados pelo barulhinho do motor, quando é o caso, esse suplício acaba sendo mitigado pelas excepcionais conversas. Ou melhor, monólogos, porque ao paciente cabe apenas ouvir seu dentista por motivos óbvios.

Em uma de suas fabulosas histórias, em um dado momento, Dr. João rememorou as palavras de um antigo professor que dizia que a experiência era como uma lanterna na popa.

É óbvio que, inteligente como é, Dr. João desconsiderou como verossímil aquela máxima, mas não antes de me explicar o que significava. Na visão daquele mestre, a experiência não teria relevância nenhuma, assim como uma lanterna de popa, que não ilumina o caminho para o qual você deseja seguir.

Aquela analogia de maneira repentina me incomodou e, quase que subitamente, me fez refletir que ainda que considerada como uma lanterna que não ilumina a frente, sendo ela forte e bem construída, servirá de luz para aqueles que vêm atrás.

Não é porque suas experiências, sejam profissionais ou não, eventualmente não sejam consideradas para que outros lhe qualifiquem e o reconheçam que não vão servir para que evite erros futuros, considerando a total ausência de lógica na interpretação original do termo que deu origem ao título desse texto.

De outro ângulo, a experiência de um indivíduo responsável possui, ao meu ver, uma clara função social, pois norteia e lapida o meio no qual inserido o indivíduo. Por isso, sendo positivas ou negativas, é nossa responsabilidade transmitir ou compartilhar nossos conhecimentos advindos das incontáveis experiências, pois a luz que talvez não lhe ajude a seguir mais em frente, norteará aqueles que te observam e te seguem.

Por isso, percebo que a experiência vai além de ser uma simples “lanterna na popa” que ilumina apenas o passado. Ela é também uma espécie de reflexo que projeta sabedoria, tanto para o próprio indivíduo quanto para aqueles que têm a sensibilidade de observar.

Cada marca, cada memória de uma dificuldade ou conquista, tem o potencial de se transformar em um farol. Talvez seja essa a magia da experiência: ela é cumulativa, como se fosse parte de um grande patrimônio coletivo. O que uma pessoa vivencia se transforma em aprendizado para a sociedade.

Com esse entendimento, a lanterna na popa deixa de ser um símbolo de inutilidade e se torna uma metáfora de continuidade.

THOM BERNARDES GUYANSQUE é advogado e portuário

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