Pais agressivos
Coluna foi publicada no sábado (18)
Espera-se que os pais e cuidadores sejam minimamente acolhedores e protetivos para que os filhos cresçam saudáveis física e emocionalmente. A proteção e suporte dos pais são importantíssimos para a estruturação da personalidade e da saúde mental dos filhos. Sem isso, eles poderão apresentar dificuldades nos relacionamentos pessoais e sociais na vida adulta.
Cada pai e mãe tiveram a sua criação que os tornaram o que são. Eles carregam uma experiência do seu passado familiar que são as ferramentas internas que usam para lidar com questões do dia a dia. Filhos bem orientados devem ter educação pautada no sim e no não na medida certa para que sejam, no futuro, homens e mulheres bem estruturados emocionalmente para construir boa relação com o mundo e as pessoas com quem irão conviver.
Contudo, alguns pais podem não ter uma boa relação com os filhos, se mostram demasiadamente agressivos com eles. Essa agressividade paterna pode estar diretamente relacionada a um modelo ruim de educação familiar recebido no passado. Nesses casos, há uma reprodução de uma experiência familiar negativa.
A agressividade dos pais para com os filhos pode estar conectada também a uma incapacidade desse adulto em lidar com alguma situação ou tema que surja na relação familiar. A dificuldade de comunicação é um dos grandes causadores de problemas na casa. Isso é muito negativo, porque impede que as pessoas expressem suas ideias e diferenças de uma forma equilibrada e harmoniosa.
Às vezes, um pai ou uma mãe pode apresentar comportamento extremo e exagerado na forma de corrigir o filho. O que se deve evitar é a constância dessas atitudes para que isso não venha a abalar o emocional das crianças. A reatividade e o estresse que a pessoa vive podem torná-la mais agressiva. Suas insatisfações no relacionamento afetivo, problemas na vida profissional e dificuldades financeiras contribuirão para o surgimento de atitudes desequilibrantes.
Uma relação familiar pautada em modelos agressivos pode causar danos psicoafetivos, tornando os filhos pessoas inseguras, medrosas e até agressivas também por repetição de comportamento aprendido. Isso terá um efeito mais ou menos negativo conforme a estrutura emocional dessa criança.
Pais assim precisam de um suporte emocional, não de um julgamento. Mães e pais erram o tempo todo, mas talvez errem achando que aquilo é o certo. Erram querendo acertar. Todos nós erramos em maior ou menor intensidade em algum momento de nossas vidas.
Vivemos em um mundo de muito julgamento e de culpabilização. O entendimento mais profundo do problema é necessário. Cada casal deve se autoavaliar e perceber o modelo de relação que tem com os seus filhos.
Caso sinta dificuldade em se modificar, é importante buscar uma ajuda terapêutica e encontrar as causas daquele comportamento desequilibrante e passar a ter uma postura mais harmônica e equilibrada. É preciso que se tomem decisões ecológicas, que sejam boas para todas as pessoas envolvidas no problema: mãe, criança, pai, tias e toda a família.