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Opinião Econômica

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Colunista

O novo ciclo de desenvolvimento do Brasil

Coluna foi publicada nesta sexta-feira (22)

Paulo Baraona | 22/03/2024, 10:32 h | Atualizado em 22/03/2024, 10:32

Imagem ilustrativa da imagem O novo ciclo de desenvolvimento do Brasil
Paulo Baraona é vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) |  Foto: Divulgação

O Espírito Santo e o Brasil estão diante de uma imensa oportunidade de criar um círculo virtuoso de desenvolvimento socioeconômico sustentável.

A nova política industrial nacional trouxe com ela múltiplas possibilidades para a neoindustrialização do País. Mas, para que o plano de ação da Nova Indústria Brasil (NIB), como foi chamada, avance, será preciso ter em mente que essa é uma política de Estado e que ela deve ser pensada e executada no longo prazo.

O Brasil perdeu muitas oportunidades de desenvolvimento ao longo da história. Enquanto o mundo conduzia seu crescimento por meio da indústria, o País seguia em outra direção e, a partir dos anos 1980, foi deixando de ser referência industrial para o mundo.

Naquela década, a produção industrial brasileira era maior do que a da China e da Coreia do Sul somadas. Atualmente, a chinesa é 25 vezes superior à brasileira.

Hoje, temos a oportunidade de reverter o processo crescente de desindustrialização do Brasil e seguir o exemplo das grandes nações que estão retomando o estímulo à indústria local com aportes superiores a US$ 1,5 trilhão em ações e incentivos voltados à industrialização.

A previsão inicial da NIB é que sejam investidos, ao menos, R$ 300 bilhões em investimentos industriais no Brasil até 2026. Essa é uma iniciativa de extrema importância que, somada a muitos outros esforços, vai conduzir o Brasil de volta à posição de destaque que perdeu nas últimas quatro décadas.

É importante lembrarmos de alguns dados. O setor industrial brasileiro representa atualmente 26% do PIB nacional, gera 10,5 milhões de empregos, paga os maiores salários, recolhe 37% dos tributos (dobro da média dos países emergentes), é responsável por 70% das exportações e 75% nos gastos em pesquisa e desenvolvimento.

Já o Espírito Santo é o segundo estado mais industrializado do Brasil (38,3%), com 16,2 mil indústrias que geram 232,7 mil empregos formais.

Além disso, projeções do Observatório da Indústria da Findes apontam que a economia capixaba deve crescer 4,5% neste ano, impulsionada pela indústria (7,5%).

Todos esses números podem ser exponenciados com a implementação da NIB, já que a nova política industrial traz um conjunto de medidas que prevê impulsionar o setor nos próximos 10 anos.

A inovação e a sustentabilidade estarão no centro do desenvolvimento econômico, estimulando a pesquisa e a tecnologia nos mais diversos segmentos, com responsabilidade social e ambiental.

O resultado será o estímulo à produtividade, à modernização, à geração de empregos e renda, à exportação e ao desenvolvimento sustentável.

Mas para que tudo isso aconteça é preciso cuidar da governança do plano de ação da NIB, garantindo que ele seja executado de forma que todos os segmentos industriais se desenvolvam proporcionalmente.

Também será essencial garantir a participação das pequenas e médias empresas no acesso aos recursos, para que não seja um projeto de modernização apenas das grandes, mas do setor industrial como um todo.

A Findes e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vão acompanhar, monitorar e trabalhar para que a NIB prospere, seja uma política de Estado e a indústria brasileira retome a posição de destaque que já ocupou entre as nações mais industrializadas do mundo.

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