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Olhares Cotidianos

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Colunista

Você já se perguntou por que você acredita em uma ideia?

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (25)

Sátina Pimenta | 25/07/2024, 11:10 h | Atualizado em 25/07/2024, 11:10

Imagem ilustrativa da imagem Você já se perguntou por que você acredita em uma ideia?
O aprofundamento nas razões por trás das ideias que temos é essencial para sabermos se tais ideias são realmente nossas ou meramente implantadas |  Foto: Canva/Divulgação

Eu inventei há um tempo uma dinâmica de grupo para trabalhar as nossas concepções sobre a vida ou ainda sobre as coisas em que acreditamos e o quanto realmente acreditamos nelas. A dinâmica constitui-se em colocar uma pessoa de frente a outra e oferecê-las um tema polêmico.

A partir deste ponto, uma pessoa apontará o que acredita e a outra apenas poderá dizer “porque?”. Por exemplo, o facilitador solta a pergunta “você é a favor ou contra o aborto?”; a primeira pessoa dirá “sim” ou “não” e seu companheiro o perguntará “porque?”; aquela deverá então apresentar uma justificativa para seu posicionamento, e como devolutiva terá um novo “por que?”; aqui ela terá que explicar a sua justificativa e assim por diante. 

Está dinâmica nos ajuda a compreender muitas coisas: tolerância ao posicionamento do outro (pois não posso retrucar, mas apenas perguntar “porque”); percepção de quanto se é capaz de só escutar; e quais são os fundamentos das posições apresentadas, haja visto que a pessoa precisa aprofundar no que a faz crer naquela ideia. 

Esta última reflexão da dinâmica é a que mais me instiga. Há pessoas que não conseguem aprofundar ou sustentar sua opinião e soltam aquela velha frase finalística “porque sim! ”.Voltamos à pergunta inicial! Por que você acredita em uma ideia? Na Psicologia vamos estudar a influência das pessoas em nossas vidas, tanto as que estão no nosso dia a dia, como as que compõem outros espaços que nos acessam, mesmo que não percebamos (a mídia, por exemplo).

Thomas Luckmann e Peter L. Berger, autores do livro A Construção Social da Realidade, nos propõem duas fases de socialização. Na primeira estamos no nosso núcleo familiar e nele “teoricamente” recebemos as crenças e ideias partilhadas por nossos pais e agregados; normalmente, por afinidade, eles pensam de maneira parecida e por isto acabamos pensando como eles (afinal não tem ninguém para dizer o contrário).

Já na segunda, saímos da bolha familiar e começamos a nos relacionar em instituições (escolas, igreja, ruas, bairros, trabalho...) e passamos a ter contato com outras maneiras de se ver o mesmo mundo antes nos apresentado. E adivinha? Começamos a questionar nossas concepções e por vezes a mudamos.

Nossas ideias são feitas das relações! Brinco que somos um pouquinho de cada uma das pessoas que passou por nós, mesmo os que você acha irrelevante! Se temos consciência disto, aprendemos não a repetir as ideias como papagaios, mas a analisar o que nos é apresentado e criar então nossas próprias ideias. Isto só se tivermos consciência! Sem ela, somos meros reprodutores.

Te dou uma dica. Quando achar que acredita em algo, pergunte “porque acredito nisto?”. Aprofunde seu conhecimento sobre você e saberá se esta ideia é realmente sua ou foi implantada. Afinal, acredito que você não queira ser mais uma marionete deste mundão, né?!

Imagem ilustrativa da imagem Você já se perguntou por que você acredita em uma ideia?
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Heytor Gonçalves / AT

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