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Olhares Cotidianos

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Colunista

Quais são seus reais sonhos?

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (29)

Sátina Pimenta | 29/02/2024, 10:27 10:27 h | Atualizado em 29/02/2024, 10:27

Imagem ilustrativa da imagem Quais são seus reais sonhos?
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

Quando eu era criança, eu tinha o sonho de ser aeromoça e contei isto à minha família. Minha mãe, empolgada, me colocou em um curso de línguas estrangeiras e todos os sábados eu ia ao centro de Vitória estudar horas a fio para aprender as palavras de outros lugares do mundo. 

Quando minha família, depois de muita economia, conseguiu fazer a primeira viagem para fora do País, eu ainda nova, entrei pela primeira vez em um avião.

Lembro que ficava admirando aquelas mulheres lindas, andando pelos corredores minúsculos como se não estivessem a milhares de metros do chão! Elas desfilavam e eu sonhava. 

Na adolescência, já fluente no inglês, busquei as informações que precisava para entrar no curso de aeromoça e tive um grande baque... Na época, era necessário que as candidatas tivessem uma altura mínima e eu, minhonzinha, não a possuía.

Chorei muito e fiquei literalmente perdida, pois dos cinco aos doze anos, mais ou menos, eu me preparei para aquilo. E antes que você pense “por que ela não buscou as informações antes?”, quero lhe dizer que a década era a de 80 e as informações não circulavam com a facilidade que circulam hoje.

Bom, baque recebido, tristeza acolhida, novas ideias sobre o futuro então tomaram o lugar do sonho de voar por aí. A Psicologia e os estudos acadêmicos vieram e devagar eu fui me realizando em minhas formações e escolhas profissionais. 

Acabei entrando na docência e nela me tornei pesquisadora. Pesquisar me tirou pela segunda vez do País, só que agora eu estava com 30 anos e com um filho de 2. Entrei no avião que atravessaria a Cordilheira dos Andes, rumo a um congresso no Chile.

Olhei para as aeromoças - hoje algumas tão baixinhas quanto eu - e percebi algo: não eram elas que eu queria ser... Eu queria era o que ser aeromoça ofertava a elas: conhecer o mundo!

Lembrei então daquela criança que ficava vendo as revistas de viagens e sonhando com cada experiência incrível que viveria em cada cantinho deste mundo quando o seu sonho se realizasse.  Aí que está!

O meu sonho ainda era vivo em mim, mas de alguma maneira eu deixei que a forma inicial que escolhi de realizá-lo me limitasse!

Eu não precisava ser aeromoça para conhecer o mundo! Reflita comigo! O que eu achava que era sonho (ser aeromoça) não era realmente o sonho. 

Na verdade, me faltou autoconhecimento para compreender o que estava por trás de tudo aquilo. Qual era o meu real desejo? E isso acontece com frequência com muitos de nós. O mundo nos oferta receitas de bolos que precisamos comprar para termos ou sermos algo. Nos apegamos a estas determinações e esquecemos de olhar para nós como a essência do querer. Eu achava que só sendo aeromoça eu conheceria o mundo, mas foi a ciência que me apresentou a oito países em menos de cinco anos! 

Mas por que demorei tantos anos para compreender isso? Porque a frustração me paralisou e não me fez enxergar quem eu era e onde queria chegar.

Coloquei aquele sonho numa caixa, pois achei que só teria um meio de alcançá-lo, e fui viver outra vida. 

Veja, eu sou feliz na vida que escolhi! Mas aprendi que quando sabemos quem somos existirão milhares de caminhos para chegarmos onde verdadeiramente queremos chegar. E você, quais são seus reais sonhos?

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