As Olimpíadas e suas lições
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (15)
As Olimpíadas de Paris acabaram e muitas lições nos foram ofertadas. Vou citar algumas por aqui, mas vamos focar na última. Vem comigo!
A primeira de todas as lições é que não existem campeões no esporte sem saúde mental. Rebeca, Simone, Medina, Raissa Fadinha, Beatriz e diversos outros atletas de todo o mundo deixaram claro em seus discursos de vitória que a terapia os ajudou a subir ao pódio com suas medalhas de bronze, prata e ouro! Assim, ratificamos o colocado pela OMS como conceito de saúde “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
Portanto, podemos ser atletas com o condicionamento físico incrível, mas como já dizia o poeta romano Juvenal “Mens sana in corpore sano” ou seja, mente sã em corpo são. A segunda lição é a de que é importante sermos resilientes, ou seja, enfrentarmos as crises para vencermos os desafios.
Maior exemplo dos Jogos, foi a pugilista argelina Imane Kheif que foi bombardeada com agressões nas redes sociais que versavam sobre seu corpo e seu sexo original. Ela, mesmo passando por tudo isto, foi a campeã olímpica de sua categoria e deixou claro que a medalha de ouro seria uma forma de calar a boca de quem a estava agredindo.
Terceira lição: O mundo dos esportes é de todos os gêneros. Homens e mulheres são, sim, atletas de grande rendimento em todas as categorias. Tanto que a maratonista Sifan Hassan bateu o recorde olímpico do Maratonista Emil Zotopek conquistado há 72 anos.
E a quarta lição foi que as equipes não se limitam às categorias coletivas. Sabemos que nestas categorias o sentimento de pertencimento e colaboração determinam um bom resultado, ou seja, é a consciência da ação em equipe que leva as pessoas à vitória.
Mas vou lhe mostrar outra noção de equipe, esta dada pelas ginastas brasileiras. Certo, elas foram bronze na competição por equipes, mas vocês viram como no individual uma torcia pela outra também! Mesmo sendo adversárias! Elas torciam, gritavam, cantavam e vibravam umas pelas outras.
Eu dou aula de projeto de vida no Colégio Renovação e neste mês, inspirada pelos Jogos, resolvi trabalhar o sentimento de equipe com eles. Os dividi e coloquei diversos desafios que precisavam realizar. O objetivo desta semana era fazer um avião de papel que chegasse o mais longe possível. Até aqui, nada de mais! Até que no terceiro ano, duas alunas me chamam e eu pergunto “E aí o avião de vocês vai ganhar?”, lindamente elas respondem “Não sei se ganhamos, mas fizemos e vamos voar, e isto é o que importa, que todos voem!”. Fiquei emocionada com a fala das meninas.
Achei incrível a visão delas sobre a atividade em equipe e sobre a execução por todos os alunos. Acho que era isso que as ginastas faziam melhor: elas queriam que, no final, todas voassem! Não importava o quanto cada uma voasse, mas que todas tivessem o apoio para voar o quanto podiam! Parabéns aos atletas brasileiros que defenderam a bandeira e um esporte de amor, empatia e compaixão.