Venezuelanos deixados em Vitória são levados para abrigo da prefeitura
Prefeitura de Teixeira de Freitas, na Bahia, mandou grupo de 25 indígenas de ônibus para a rodoviária da capital
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O grupo de 25 venezuelanos da etnia indígena Warao, que foram abandonados nas proximidades da Rodoviária de Vitória, foram encaminhados pela prefeitura da capital para um abrigo no final da tarde de terça-feira (16).
A prefeitura de Vitória informou que não foi comunicada, pela prefeitura de Teixeira de Freitas, de que o grupo de venezuelanos seria deixado nas ruas da capital.
A Administração ainda informou em nota que “segue buscando alternativas legais para o caso, capazes de resguardar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos”.
Além disso, reiterou que enviou ofício relatando a situação à Polícia Federal e está oficiando o Ministério da Cidadania (do governo federal), a Defensoria Pública da União, o governo do Estado e o Ministério Público.
O grupo, que tem 13 crianças, sendo uma delas um recém-nascido de apenas 9 dias, estava em Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia. Os imigrantes chegaram ao País há dois anos, fugindo do colapso socioeconômico da Venezuela.
A vinda para Vitória, no entanto, não foi uma escolha das famílias. “Não queríamos vir. A prefeitura nos colocou em um ônibus e nos trouxe para cá. Falei com o prefeito que não queríamos sair de Teixeira de Freitas. Ele não me entendeu”, conta o cacique Ruben Mata Mata, 36 anos.
O líder do grupo, que saiu do estado de Delta Amacuro, na Venezuela, contou que todos vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida. Eles já buscaram ajuda em pelo menos seis estados do Norte e do Nordeste do País.
“Viemos para o Brasil atrás de melhores condições, pois lá na Venezuela tive até parentes que morreram de fome. Uma assistente social na Bahia falou que Vitória era a melhor cidade para a gente vir”.
Sensibilizados com a vulnerabilidade das famílias, moradores da região da Ilha do Príncipe criaram uma rede de apoio para oferecer acolhimento emergencial aos venezuelanos.
A auxiliar de serviços gerais Katia Regina Santos, 53, é uma dessas pessoas. Junto a moradores, ela levou comida, cobertas, roupas e fraldas às famílias. "Moro perto da rodoviária e acordei com o choro das crianças. Desde o primeiro momento, toda a comunidade está oferecendo apoio para ajudar as famílias”.
Outro lado
Prefeitura de Teixeira de Freitas
Ao contrário do que disse o cacique Ruben Mata Mata, a prefeitura de Teixeira de Freitas, na Bahia, informou que “atendeu o pedido dos venezuelanos” ao fornecer transporte para Vitória.
Governo do Estado
O governo do Estado informou que acompanha a situação e está em diálogo com as autoridades e mecanismos ligados aos direitos humanos para impedir violações de direitos e garantir a dignidade do grupo.
Defensoria Pública
Recomendou que a prefeitura de Vitória providencie abrigo, alimentação e atendimento médico às famílias.
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