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Cidades

Surto de gastroenterite lota hospital e postos de saúde do ES

Situação foi constatada em Guarapari há uma semana. Moradores e turistas têm esperado horas por atendimento nas unidades médicas


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Imagem ilustrativa da imagem Surto de gastroenterite lota hospital e postos de saúde do ES
Unidade de Pronto Atendimento, em Guarapari: muitas pessoas têm ido ao local com sintomas de gastroenterite. |  Foto: Roberta Bourguignon

Um surto de gastroenterite, que teve início há uma semana em Guarapari, tem deixado os postos de saúde e o hospital lotados. Somente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), moradores e turistas têm esperado horas para ser atendidos, e a maioria com os mesmos sintomas:  vômito, náusea e diarreia.  

A maioria tem tratado como virose, mas o diretor clínico do Hospital particular São Pedro, o médico Rogério Zanon, explica que se trata de gastroenterite tóxica alimentar, que é uma infecção gastrointestinal. 

A mineira Nayara Langa, de 35 anos, que procurou a UPA na manhã de ontem  com o marido, não pôde permanecer no local porque ele não parava de ter crises de diarreia.

“Viemos aqui mais cedo para tentar atendimento, mas ele não aguentou esperar. Eu voltei agora para ver o que posso comprar de remédio para ele, porque ele está muito mal”, disse ela.  

A orientação médica para os pacientes menos graves é ingerir soro e medicamentos para recompor a flora intestinal, além de remédios para cessar o vômito.

A aposentada Cida Rodrigues, de 60 anos, acompanhou o mal-estar que o neto Bernardo, de 6 anos, passou por esses dias. Foram noites longas no banheiro por causa da diarreia, além do vômito e febre. Até remédio para combater a bactéria ele teve que tomar. 

"Além dele, meu neto mais novo, o Pedro, de 1 ano, também pegou a doença. Acredito que ele tenha transmitido para o Bernardo, porque ele pegou primeiro mesmo. Mas é triste ver as crianças passando tanto mal assim”. 

Na casa do aposentado Roberto Rui, de 65 anos, a ingestão de soro está acontecendo diariamente, para tentar se recuperar da diarreia dos últimos dias. 

Ele conta que os momentos de febre foram diferentes também, por causa dos calafrios.  “A febre já passou, e seguimos com o soro para melhorar. O remédio para a flora intestinal também ajuda, mas não é possível ao menos sair de casa para não passar mal na rua”. 

Procurada, a Prefeitura de Guarapari não respondeu até o fechamento desta edição. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que “até o momento, não foi notificada pelo município.”

Contaminação por alimentos e bebidas

Imagem ilustrativa da imagem Surto de gastroenterite lota hospital e postos de saúde do ES
Banhistas em Guarapari: cuidado ao manipular alimentos na praia. |  Foto: Dayana Souza

O verão é a estação do ano em que mais ocorrem os casos de gastroenterite virais, as mais comuns, de acordo com especialistas. Devido às altas temperaturas, a conservação dos alimentos exige mais atenção. A higiene ao manipular bebidas e alimentos, inclusive nas praias, também requer  cuidados.

Segundo o diretor clínico do hospital particular São Pedro, em Guarapari, o médico Rogério Zanon, na cidade, a infecção é desencadeada principalmente pela ingestão de alimentos mal preparados ou mal armazenados.

“Esses pacientes são os que ingerem comidas que não foram preparadas e armazenadas corretamente”, explicou.   

Zanon também alerta para o uso compartilhado do banheiro. “Quem foi diagnosticado com a doença, pode transmitir a bactéria por meio do vaso sanitário”.

Na segunda-feira, dos 72 anos pacientes atendidos por Zanon, 58 tinham gastroenterite.

A gastroenterologista Lívia Pandolfi observa que a gastroenterite viral é muito transmissível. “Quando não é viral, muitas pessoas foram expostas ao mesmo meio de contágio, como no caso de uma gastroenterite bacteriana”.

A gastroenterologista Renata Lugão acrescenta que o calor faz com que alimentos se estraguem muito mais rápido, mesmo com o processo de conservação adequado, incluindo por exemplo a contaminação de água e gelo na praia. 

“Cidades litorâneas, como Guarapari, tendem a ter aumento de pessoas circulando e aglomeradas, o que aumenta o risco”.

Lívia Pandolfi observa que “a gastroenterite bacteriana provoca febre, diarreia mais prolongada, geralmente com sangue nas fezes, náuseas e vômitos”. 

As especialistas chamam a atenção para os cuidados com as crianças, gestantes e idosos.

Renata destaca que a grande maioria dos quadros tende a melhorar espontaneamente de 24h a 72h, mas caso persistam os sintomas, deve-se procurar um médico. 

“Caso persistam sintomas após esse período ou no caso de sintomas de gravidade como vômitos constantes que impedem de manter a hidratação por via oral, febre alta persistente, dor abdominal de forte intensidade e refratária a medicação, diarreia com sangramento. Atentar para crianças, idosos e gestantes que são grupos de riscos, pois desidratam mais facilmente”.


ENTENDA


Doença

Os principais meios de contágio da gastroenterite  são o interpessoal (de pessoa contaminada para outra pessoa – por meio de secreções corporais) e aquele por alimento ou bebidas contaminadas.

Os sintomas  são náuseas (enjoo), vômitos e diarreia líquida. É comum ter dor abdominal tipo cólica associada.

A grande maioria dos quadros de gastroenterite é autolimitado. Tende a melhorar espontaneamente em 24  a 72 horas.

O que diferencia a gastroenterite comum daquela mais grave são presença de febre alta, impossibilidade de se hidratar pela via oral (vômitos refratários) e incontáveis episódios de evacuações, associada a sangramento nas fezes.

Tanto os vômitos quanto a diarreia podem levar a um quadro de desidratação, podendo provocar quadros neurológicos (como o rebaixamento do nível de consciência).

O paciente deve buscar ajuda médica caso persistam sintomas após esse período ou no caso de sintomas de gravidade como vômitos constantes que impedem de manter a hidratação por via oral, febre alta persistente, dor abdominal de forte intensidade e refratária à medicação, diarreia com sangramento.

Crianças, idosos e gestantes exigem atenção especial, uma vez que são grupos de risco, pois desidratam mais facilmente.

Fonte: Renata Lugão, gastroenterologista.

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