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Cidades

Nova geração bebe menos e vai mais cedo para casa, diz estudo

Levantamento aponta que o número de jovens de 18 a 24 anos, que bebem três ou mais vezes por semana, caiu de 10,7% para 8,1%


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Imagem ilustrativa da imagem Nova geração bebe menos e vai mais cedo para casa, diz estudo
O cantor e publicitário Caio Felipe Moreira contou que não bebe e prefere ficar na balada só de duas a três horas |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

Uma mudança nos hábitos dos jovens  tem chamado atenção: o consumo reduzido de bebidas alcoólicas. O Relatório Covitel, pesquisa sobre hábitos de saúde dos brasileiros, mostra que a prevalência de consumo regular de álcool entre  jovens de 18 a 34 anos diminuiu no País, além de eles estarem voltando mais cedo para casa, segundo levantamento  com empresários do setor de bar. 

O inquérito aponta que a porcentagem de jovens de 18 a 24 anos,  que bebem álcool três ou mais vezes por semana, caiu de 10,7%, no período pré-pandemia,  para 8,1%, neste ano. Já na faixa entre 25 a 34 anos, passou de 10,5% para 6,5%, no mesmo período.

Psiquiatra e pesquisadora do  Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), Olivia Pozzolo reforça que,  no Brasil, o Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2021 mostrou que a prevalência do consumo abusivo por jovens entre 18 e 24 anos caiu de 25% para 19,3%, entre 2020 e 2021, menor índice registrado em sete anos.

A especialista frisa, porém, que é preciso esperar novas pesquisas saírem para saber se a queda é ou não uma tendência.

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"As drogas não vão deixar de existir. Só tem um jeito de deixar os jovens longe delas: são eles tendo consciência sobre o uso”, Silvia Hansen, advogada |  Foto: Divulgação

A advogada Silvia Hansen, secretária adjunta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional Espírito Santo e presidente da Comissão de Estudo sobre Orientação e Prevenção de Drogas, observa que a geração Z (nascidos de 1995 a 2010) tem mais acesso à informação.

“Eles sabem quais são os malefícios provocados pelo uso abusivo do álcool. Temos percebido que os jovens de hoje têm uma consciência e preocupação maior com a saúde física e mental”, observa.

“Durante a pandemia, observamos que houve um aumento no número de pessoas dependentes do álcool, que passaram a utilizá-lo de forma exacerbada. Muitas pessoas passaram a beber álcool. Só que a geração Z está tendo uma preocupação maior. Eles sabem que não existe uma dose segura”.

O psiquiatra Jairo Navarro ressalta que  os dados causam surpresa, já que na pandemia  houve um aumento do consumo de bebidas. 

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Quanto aos jovens voltarem mais cedo para casa, Rene Bernard, um dos sócios do  bar Canto 27, afirma que, no geral, a maioria das pessoas tem preferido encerrar a noite mais cedo, buscando uma festa mais fim de tarde.

O cantor e publicitário Caio Felipe Moreira, conhecido como Kayonavoz, de 23 anos,  é o retrato da geração Z. “Eu não bebo, mas isso nunca foi um problema. Consigo aproveitar da mesma forma”.

Caio conta ainda que  prefere chegar na balada mais cedo para aproveitar e não ir embora tão tarde. “Quando dá duas a três horas de 'rolê', já começa a bater o cansaço e penso em voltar para  casa”.

ANÁLISE

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Olivia Pozzolo, psiquiatra e pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcoo |  Foto: Divulgação

“Conscientização  para incentivar escolhas mais saudáveis”, Olivia Pozzolo, psiquiatra e pesquisadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

“Os jovens têm demonstrado uma crescente preocupação com a saúde, tanto física quanto mental, e essa motivação tem influenciado suas escolhas em relação ao consumo de álcool. 

Optar por ficar sóbrio não é mais visto apenas como algo estigmatizado, mas sim como uma decisão responsável em busca de bem-estar.

É importante ressaltar que, embora a conscientização sobre os malefícios do álcool seja relevante, o consumo de álcool ainda pode ser uma questão complexa. Fatores sociais, culturais e individuais também desempenham um papel importante nas escolhas de cada pessoa. 

Portanto, é fundamental continuar promovendo educação e conscientização sobre os riscos do álcool, a fim de incentivar escolhas mais saudáveis e responsáveis entre os jovens.”

ENTENDA

Relatório

Prevalência de consumo regular de álcool (três ou mais vezes na semana), de acordo com características selecionadas, no período anterior à pandemia,  no primeiro trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023, segundo o Covitel, pesquisa  realizada pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas:

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Jovem toma cerveja: consumo reduziu devido ao maior acesso à informação |  Foto: Leone Iglesias/AT

18 a 24 anos   

10,7%  -  pré-pandemia

10,5%  -  2022

8,1%   -  2023

25 a 34 anos

10,5%  - pré-pandemia

9,7%  - 2022

 6,5%  - 2023

35 a 44 anos

9,6% - pré-pandemia

6,1% - 2022

7,2% - 2023

Vigitel

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) fez uma análise da série histórica do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2021, levantamento do Ministério da Saúde, e identificou que o consumo de álcool por jovens entre 18 e 24 anos no Brasil chegou ao menor índice de 2015. Só no último ano, a prevalência deste padrão de consumo caiu de 25% para 19,3%.

Por que a geração Z está bebendo menos?

Segundo o Cisa, é possível inferir algumas razões das quais esta geração “talvez” não esteja “tão interessada” pelo álcool:

1 - Maior conscientização sobre os efeitos nocivos do álcool.

2 - Mudanças na estrutura familiar que fizeram com que os adolescentes tivessem uma comunicação mais aberta com os pais sobre assuntos relacionados ao álcool.

3 - Movimentos como o Mindful Drinkers (tradução livre: “bebedores conscientes”) e Sober Curious (tradução livre: “interessados em estar sóbrios”) estimulam a auto-observação por meio da pausa ou diminuição do consumo.

4 - ficar sóbrio por motivos de saúde física e mental, e sem estigma. 

Fonte: Covitel e Cisa.

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