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Cidades

Maioria não sabe o que os filhos veem na internet

Pesquisa feita a pedido de A Tribuna mostrou que os pais não sabem o que crianças e adolescentes fazem nas redes sociais


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A cada dia o vasto universo da internet  fica maior e o desafio dos pais em proteger os filhos se torna maior também. 

Nas últimas semanas, notícias sobre comportamentos perigosos  de crianças e adolescentes  decorrentes de conversas, desafios e promessas feitas em conversas e jogos online têm assustado os pais. 

No entanto, uma pesquisa feita pela Empresa Júnior UVV, em parceria com jornal A Tribuna, mostrou que a maioria dos pais admite que não  sabe o que os filhos  veem ou fazem  na internet. 

A pesquisa revelou que 63,3%   não sabem o que o filho assiste ou faz online. Mesmo 99,3% acharem necessário supervisionar as atividades online ou o uso da internet, só 26,5% dos pais de crianças com menos de 10 anos assistem  todo conteúdo que seu filho vê na internet ou na televisão. Para os pais de crianças maiores de 10 anos e adolescentes, esse percentual cai para  19,6%. 

“É muito difícil o controle. Sabemos  que  o acesso à tecnologia é extremamente necessário, mas vemos na pesquisa que  os pais não conseguem controlar. Isso porque, geralmente, o acesso não é apenas dentro de casa”, pondera o coordenador da pesquisa, Fabrício Azevedo.

Imagem ilustrativa da imagem Maioria não sabe o que os filhos veem na internet
Fabrício Azevedo, pesquisador e professor da UVV |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

O celular é o dispositivo mais usado para o acesso de crianças e adolescentes, é o que afirma a  coordenadora da pesquisa TIC Kids Online Brasil, Luisa Adib. 

“Observamos em nossas pesquisas o aumento do uso do  celular pela população brasileira no geral, mas especialmente por crianças e adolescentes. O que traz uma série de implicações. O  celular ele é um dispositivo de uso privado e pode ser usado em deslocamentos, em outros locais, o que torna o monitoramento mais difícil. Diferente do computador ou notebook, que poderia ficar em um local mais acessível”.  

A grande preocupação, além do excesso de tempo, é a qualidade do que crianças e adolescentes estão vendo e como isso os influencia. 

“Então é muito importante que os pais acompanhem, estejam próximos e atentos.  É importante conversar com eles, estimular um pensamento reflexivo para que eles sozinhos consigam analisar o conteúdo e  se proteger do que não é bom”, indica a psicóloga Ana Gabriela Andriani.

O casal Denise  Klein Bermudes, 41, e Filipe  Berbert Bermudes, 42, decidiram dar  ao filho mais velho Ilan Klein Bermudes, 14, um aparelho celular, mas com condições: os pais podem fazer “blitz” sempre que sentirem necessidade  e o combinado também incluí não apagar as mensagens.

Imagem ilustrativa da imagem Maioria não sabe o que os filhos veem na internet
o casal Denise Gomes Bermudes Filipe Pinel Bermudes e os filhos Eri, de 9 anos, e Ilan, de 14 anos. |  Foto: Leone Iglesias/AT

O filho melhor, Eric Klein Bermudes, 9, também ganhou um aparelho, mas para garantir a segurança, os pais só permitem jogos no aparelho.

“Sou uma mãe que vigio. Para o de 9 anos, demos um  só com jogos. Não temos aplicativos para rastrear o que eles fazem, mas conversamos sobre o assunto e confiamos”, explica a mãe.  

OPINIÃO

É muito difícil os pais controlarem  o que está sendo acessado. Então,  vale muito mais uma conversa, uma educação digital, mas sem deixar de fazer um acompanhamento


O QUE DIZ A PESQUISA


Filhos Menores de 10 anos

> Seu filho tem um celular ou tablet só para ele? 

- 75,5%: SIM

- 24,5%: NÃO

Você assiste todo conteúdo que seu filho vê na internet ou na televisão?

- 26,5%: SIM

- 73,5%: NÃO

>Seu filho tem rede social?

- 69,6%:SIM

- 30,4%: NÃO

> Seu filho tem aplicativos de conversa?

- 21,6%: SIM

- 78,4%: NÃO

Você acessa os históricos de navegação do seu filho para ver o que ele assistiu?

- 8,8%: SIM

- 91,2%: NÃO

Você já colocou dispositivo de controle parental no celular e computador dele?

- 3,9%: SIM

- 96,1%: NÃO

Você acha que seu filho passa tempo demais na internet?

- 3,9%: SIM

- 51 %: SIM, mas não sei o que fazer

- 20,6%: NÃO, ele sabe se controlar

- 24,5%: NÃO ACHO. O tempo é adequado, temos regras

> Acredita que o uso da Internet e de  dispositivos móveis atrapalham a convivência familiar?

- 58,8%: SIM

- 41,2%: NÃO

> Você consegue proteger seu filho na internet ou de influências ruins?

- 8,8%: SIM

- 91,2%: NÃO


Filhos Maiores de 10 anos

> Você assiste todo conteúdo que seu filho vê na internet ou na televisão?

- 9,6%: SIM

- 80,4%: NÃO

Você conhece todas as pessoas que seguem seus filhos e que seus filhos seguem nas redes sociais?

- 22%: SIM

- 78%: NÃO

> Você já colocou dispositivo de controle parental no celular e computador dele?

- 19,6%: SIM

- 80,4%: NÃO

>  Você acha que seu filho passa tempo demais na internet?

- 20,8%: SIM

-  58,9%: SIM, mas não sei o que fazer

- 19%: NÃO ACHO. O tempo é adequado, temos regras

- 1,2 %: NÃO, ele sabe se controlar

Você já flagrou ou descobriu alguma atitude ou atividade que seu filho fez na internet que a família não aprova?

- 10,1%: SIM

-  89,9%: NÃO

Acredita que o uso da Internet e de dispositivos móveis atrapalham a convivência familiar?

- 80,4%: SIM 

- 19,6%: NÃO

Você consegue proteger seu filho na internet ou de influências ruins?

- 21,4%: SIM

- 78,6%: NÃO


METODOLOGIA


Pesquisa elaborada em parceria com a Empresa Júnior da UVV, de 25 de agosto a 1] de setembro pela internet, com 270 pessoas. 

Foram 62,2% de pais ou responsáveis de crianças com mais de 10 anos e 37,8% com pais de crianças menores de 10 anos.

Sendo 77,4% mulheres e 22,6% homens, com idades entre 21 e 30 anos (51,5%) e 31 e 40 anos (26,3%).

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