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Cidades

Estudo descobre nova geração de superbactérias

Descoberta feita por pesquisadores acende alerta das comissões que atuam no controle da infecção hospitalar


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Pela primeira vez, um levantamento realizado no Brasil evidenciou o aumento de uma enzima associada a uma nova cepa de bactérias  com resistência múltipla em hospitais do País.

Chamada de metalobetalactamase New Delhi (NDM-1), a enzima, produzida por superbactérias, já tinha sido identificada no País, mas ainda não tinha sido feita uma quantificação. Em quase sete anos, segundo o estudo, a taxa de detecção quase sextuplicou, passando de 4,2% para 23,8%, entre 2015 e 2022, com pico na pandemia de covid-19. 

A NDM  foi identificada pela primeira vez  em 2009 na Índia e já causou surtos  no país e também no Paquistão e na Inglaterra.

Imagem ilustrativa da imagem Estudo descobre nova geração de superbactérias
Equipe em sala de cirurgia: NDM é uma enzima produzida por superbactérias e não há remédio para combatê-la |  Foto: Canva

O doutor em Imunologia Daniel Gomes explica que a NDM possui uma enzima responsável por metabolizar os antibióticos e fazer com que as bactérias sejam resistentes às drogas. Ele ressalta ainda que o uso indiscriminado de  antibióticos é o principal fator de seleção.

“O indivíduo, às vezes, usa um antibiótico muito mais forte do que deveria utilizar para determinada bactéria, e isso faz com que ele vá selecionando, ao longo do tempo, bactérias cada vez mais resistentes a esses antibióticos”.

A médica intensivista Eliana Caser, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), explicou que o surgimento de certas bactérias resistentes ameaça a utilidade clínica de antibióticos.

“Isso nos aproxima à resistência a vários antibióticos e, em algumas situações, resistência a todos os antibióticos. Temos bactérias resistentes a medicamentos potentes que usamos no tratamento de pacientes com infecções graves, em UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”.

O médico intensivista Eduardo Luchi destaca que a pandemia veio acelerar o processo de multirresistência de bactérias. 

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Ele alerta que, para a NDM, não existe antibiótico para tratá-la. “Muitas vezes, essas bactérias não estão causando infecção, mas estão em ambiente hospitalar, em pacientes mais suscetíveis, e podem causar infecção”.

O microbiologista Ricardo  Schuenck, professor do Departamento de Patologia da Ufes, diz que para reduzir essas bactérias  há ações fundamentais, como uso racional de antibióticos, vigilância ativa dessas bactérias no ambiente hospitalar, diagnóstico correto pelos laboratórios e medidas de prevenção, como a correta  limpeza das mãos pelos profissionais de saúde.

OPINIÕES

"Essas bactérias podem causar infecções clínicas. As seleções de antibióticos  são limitadas”, Eliana Caser, médica intensivista.

"Limitar o uso de antibióticos é importante porque reduz o processo de seleção aos micro-organismos”, Daniel Gomes, doutor em Imunologia.

Sesa mantém vigilância

Imagem ilustrativa da imagem Estudo descobre nova geração de superbactérias
NDM: superbactéria preocupa |  Foto: Canva

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o primeiro caso de metalobetalactamase New Delhi (NDM) identificado no Espírito Santo foi em 2015.

A Sesa ressaltou, porém,  que segue com a vigilância ativa, por meio da rotina de inspeções, monitoramento de indicadores de infecção relacionada à assistência e de eventos adversos no Estado. 

“A secretaria esclarece ainda que segue as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e emite, periodicamente, alertas de medidas de contenção de disseminação de germes multirresistentes a toda rede hospitalar, para reforçar as medidas de controle”, informou em nota.

ENTENDA

Surto ocorreu em vários países

Superbactérias

Chamada de metalobetalactamase New Delhi (NDM-1), a enzima foi isolada pela primeira vez em 2009 na Índia e desde então já provocou surtos naquele país, no Paquistão e na Inglaterra. Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos também registraram aumento de casos.

De acordo com estudo brasileiro, a taxa de detecção dessa enzima em um grupo de bactérias (enterobactérias) quase sextuplicou em sete anos, no País, de 4,2% para 23,8%, entre 2015 e 2022, com pico na pandemia de covid-19.

Resistência

A NDM faz parte de um grupo maior de enzimas produzidas por bactérias, as carbapenemases, que representam  uma ameaça global à saúde pública devido aos altos níveis de resistência aos antibióticos atuais. 

Hipótese

Uma hipótese é que o cenário de hospitais superlotados, profissionais despreparados e o uso indiscriminado de antibióticos tenham contribuído para o aumento.

O microbiologista Ricardo Schuenck esclarece que, em relação às medicações, cada caso tem de ser analisado, mas, em muitos deles, existem poucas (uma  ou duas) opções terapêuticas. Já há relatos em alguns países, ainda raros, de bactérias pan-resistentes, ou seja, resistentes a todos antibióticos disponíveis para uso clínico.

Fonte: Pesquisa AT e especialistas consultados.

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