Altas doses de suplementos podem afetar saúde dos rins e do fígado
Casos graves podem levar até à necessidade de transplante de órgão
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A automedicação de suplementos alimentares e remédios fitoterápicos também oferece riscos. De acordo com especialistas, altas doses dos produtos sobrecarregam os rins, o fígado e, até mesmo, podem ter efeito contrário ao pretendido com a reposição.
Como qualquer medicamento, o uso de suplementos alimentares em cápsulas sem necessidade e sem acompanhamento de um profissional de saúde pode causar até “intoxicação”, alerta a hepatologista da Rede Meridional Mariana Pacheco. Os órgãos mais afetados são os rins e o fígado, aponta a médica.
“Os efeitos colaterais são causados por altas dosagens no sangue. Pode haver consequências para o coração, cérebro, intestino, fígado e rins. A hepatite medicamentosa, em casos graves, pode levar até à necessidade de transplante de órgão, por exemplo”.
Insuficiência renal, aumento da incidência de cálculo renal, distúrbios de potássio e sódio e arritmias cardíacas são outras possíveis consequências graves da superdosagem dos suplementos alimentares em cápsulas.
A nutricionista e doutora em Saúde Coletiva Polyana Romano Oliosa alerta que as consequências da superdosagem podem acontecer, até mesmo, a curto prazo. A especialista revela efeitos colaterais do excesso de alguns nutrientes comuns em cápsulas vendidas em farmácias e lojas de produtos naturais.
“O magnésio em excesso pode causar problemas renais, assim como hipotensão e problemas cardíacos. O zinco em excesso pode causar sintomas de enjoo e diarreia. Já o uso indiscriminado de ômega 3 pode causar oxidação do óleo, gerando efeito contrário ao que é indicado”.
As consequências mais graves da superdosagem de nutrientes provenientes da suplementação são raras, principalmente porque os produtos instruem doses de manutenção, explica a médica endocrinologista Gisele Lorenzoni.
“Quando usamos de forma indiscriminada, sem acompanhamento, esses minerais ficam em excesso no organismo e podem ocasionar problemas no aparelho gastrointestinal. Casos que necessitam de internação são raros”.
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